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O ATR é um turboélice franco-italiano desenvolvido e fabricado pela ATR – Avions de Transport Régional. Ele foi projetado para atender principalmente mercados regionais, onde a demanda às vezes não é suficiente para uma aeronave de maior porte. É avião versátil, capaz também de operar em pistas mais curtas ou aeroportos com menor infraestrutura.
Existem dois modelos de ATR, o ATR42, que é o menor e acomoda entre 40 e 50 passageiros, e o ATR72, que possui configurações internas capazes de acomodar até 78 passageiros.
Ao todo, mais de 500 unidades do ATR42 foram produzidas (somando todas as versões -300, -500 e -600), enquanto o seu irmão maior, o ATR72, já teve mais de 1 mil fabricados.
Primeiro ATR operado no Brasil
Há 29 anos, o ATR 42-300 de número de série 295 chegava ao Brasil: o PT-MFE. Iniciava naquele momento a trajetória de sucesso e boa reputação da aeronave em nosso país. Ele foi o primeiro avião da fabricante ATR a operar em uma companhia aérea brasileira.


O turboélice seria de início entregue à empresa Lao Aviation, mas foi repassado para a regional brasileira Pantanal, empresa que era sediada na cidade de São Paulo.
Primogênito não só no Brasil como também na frota Pantanal, que chegou se tornou uma cliente do modelo e chegou a operar 12 unidades do ATR42 (não simultâneos).
Em 1997, com a crise financeira no Brasil, a empresa decidiu por reduzir o tamanho de suas operações e suspendeu voos para cidades algumas cidades. A questão fez com que o PT-MFE e mais dois ATRs fossem retirados da frota da Pantanal.


Não demorou muito para o PT-MFE encontrar uma nova casa. Em maio de 1997, o turboélice foi entregue à Total Linhas Aéreas, empresa também do ramo regional que estava se desenvolvendo no país. o PT-MFE foi o terceiro ATR42 incorporado pela empresa depois do PP-ATV e PT-TTL.
Em dezembro de 2007 a Total teve seus voos regulares de passageiros transferidos para a empresa TRIP Linhas Aéreas ficando somente com os voos cargos, e alguns fretamentos de passageiros, como para Petrobras. Tal mudança fez com que o PT-MFE fosse transferido para mais uma empresa aérea brasileira.
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Marcando presença no crescimento da TRIP, o primeiro ATR do Brasil permaneceu na empresa até 2015, quando mais uma vez foi repassado para outra linha aérea brasileira, agora a Sideral Linhas Aéreas.
A aeronave jamais chegou a voar pela aérea sediada no Paraná e continuou seu pinga-pinga entre as companhias no Brasil. Sua próxima parada foi em uma empresa do Amazonas.


Em 2016, o PT-MFE foi entregue à MAP Linhas Aéreas, processo feito através de um contrato de leasing com a Manaus Táxi Aéreo, que se tornou e é dona da aeronave até hoje.
A aeronave foi extensamente utilizada na região Norte do pais, ligando Manaus e Belém às cidades localizadas nas áreas mais remotas em que a MAP operava.
Depois da Passaredo Linhas Aéreas (VOEPASS) anunciar a compra da companhia manauara e assumir suas atividades, o PT-MFE, que carinhosamente recebeu o apelido “Maria da Fé” por conta de suas iniciais, passou a voar pela VOEPASS operado pela MAP e em 2019, o turboélice chegou a realizar alguns voos pelo Sudeste, voltando a cena do Aeroporto de Congonhas muitos anos depois de ter deixado a Pantanal, que operava regularmente no aeroporto central da capital paulista. No entanto, sua vida de operações na VOEPASS não durou muito e o senhor ATR42 do Brasil foi estocado.
Ainda armazenado e como propriedade da Manaus Táxi Aéreo, não se sabe o futuro do ATR mais antigo do Brasil.
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