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O aeroporto de São José dos Campos, que passou a ser administrado por uma empresa privada, tem grande potencial para receber operações de companhia aéreas low cost.
A afirmação é de Ronei Saggioro Glanzman, secretário nacional da SAC (Secretaria de Aviação Civil), vinculada ao Ministério da Infraestrutura.
Glanzman esteve presente na última terça (8) na cerimônia de transferência da operação do aeroporto Prof. Urbano Stumpf para o grupo Aeroparts, vencedor da concorrência pública.
Comuns nos Estados Unidos e na Europa, as empresas low cost são companhias de baixo custo, com tarifas mais acessíveis por não oferecerem serviços tradicionais aos passageiros, baseando-se na simplicidade do serviço sem distinção de classes.
Diversas mudanças recentes na legislação brasileira buscam atrair novas empresas aéreas para o Brasil, entra elas as low cost e ultra low cost, e aumentar a concorrência no mercado.
Entre as mudanças está a abertura para empresas com capital 100% estrangeiro operarem dentro do país.
“Dentro do nosso planejamento estratégico, o aeroporto de São José vai muito além da aviação regional. Ele pode atuar como um aeroporto de apoio, de alívio, dentro da malha muito congestionada do terminal São Paulo. Uma nova empresa low cost que venha para o Brasil necessariamente precisará entrar em São Paulo. Na maioria das operações, essas empresas utilizam um aeroporto de apoio, como é o caso de São José”, afirmou Glanzman.
Mobilidade aérea urbana
O secretário nacional de Aviação Civil também disse que o aeroporto de São José pode se enquadrar dentro do futuro mercado da chamada UAM, sigla em inglês para mobilidade aérea urbana.
Em maio deste ano, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) em conjunto com a Eve, empresa de mobilidade urbana da Embraer, publicou o primeiro documento com diretrizes sobre o assunto no Brasil.
A Embraer é uma das pioneiras no mundo no desenvolvimento do Evtol, sigla em inglês para veículo elétrico de pouso e decolagem vertical.
A previsão é que o lançamento seja feito em 2026 em viagens com distância abaixo de 100 km.
“Estive em um congresso na Holanda na semana passada e a mobilidade aérea é a bola da vez. O aeroporto de São José tem enorme potencial de atender a esse novo tráfego, conectando com São Paulo em poucos minutos. Portanto, o aeroporto tem componentes de planejamento estratégico que vão muito além do que se imagina”.
Municipalização do aeroporto
Vinculada ao Ministério da Infraestrutura, a SAC foi o órgão que iniciou as tratativas com a Prefeitura para a municipalização do aeroporto, primeiro passo para a concessão do terminal.
Segundo Ronei Glanzman, o aeroporto de São José inicialmente entraria em um pacote de concessões em conjunto com outros terminais, mas por possuir características especiais foi retirado da programação.
“Foi aí que surgiu a ideia da municipalização para que a cidade fizesse a sua própria concorrência. Quando começamos as tratativas vimos que havia grande interesse da Prefeitura e a coisa evoluiu rapidamente. Com certeza, o aeroporto tem um grande potencial de sucesso”, afirmou.
São José reivindicava a gestão do aeroporto há pelo menos 25 anos. O leilão ocorreu apenas 14 meses depois da municipalização do terminal.
Servidor do Banco Central, Ronei Glanzman está há mais de 10 anos na SAC e também foi funcionário da Anac.
Em sua gestão, foi realizada a concessão de 49 aeroportos no Brasil com previsão de R$ 21 bilhões de investimentos. Atualmente, 93% do tráfego aéreo no país é realizado em terminais sob concessão.
Informações via Prefeitura de São José dos Campos