Embarque com a gente pelos belos visuais da famosa Rota das Emoções a bordo do Caravan da Azul Conecta

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Nosso último voo juntos aqui no ONTIME foi entre Mar del Plata e Buenos Aires, a bordo do clássico Fokker 28 da Fuerza Aérea Argentina. Agora nós iremos para o Nordeste brasileiro, voar um famoso trajeto do nosso país: a Rota das Emoções.

O trecho começou a ser realizado pela subsidiária da Azul, a Azul Conecta, no início do mês de setembro e liga os principais pontos da Rota das Emoções. A convite da Azul embarcamos no voo e voamos seis trechos: Fortaleza -> Aracati -> Fortaleza -> Jericoacoara -> Parnaíba -> Barreirinhas -> São Luís. Efetuado pelo Cessna Grand Caravan C208 da Azul, que tem capacidade para até 9 passageiros, o trajeto apresenta uma porção de visuais surpreendentes, incluindo um “voo panorâmico” pelos Lençóis Maranhenses. Embarque com a gente nessa aventura! 


  • Parte 1: Fortaleza (FOR) -> Aracati (ARX) -> Fortaleza (FOR)

O primeiro voo daquele dia estava previsto para partir de Fortaleza às 06h30 da manhã e era em direção à Aracati, cidade localizada a cerca de 150km da capital cearense e que fica próxima da conhecida região de Canoa Quebrada. 

Cheguei ao Aeroporto Pinto Martins (FOR) às 05h da manhã e com o check-in já realizado pelo celular, fui para sala de embarque. Naquela manhã eu voaria a bordo do Cessna Caravan C208 de matrícula PT-MEJ. O monomotor leva consigo as cores azul, verde, e amarelo em uma pintura especial da Bandeira do Brasil.

O embarque iniciou-se próximo das 06h20 e me dirigi até a aeronave acompanhado de um funcionário da companhia. 

Já a bordo do Caravan, fui recebido pelo comandante Luciano Araújo e seu 1º oficial Adriel Carvalho, que me passaram informações de segurança sobre a aeronave e também detalhes do voo.

Com o motor acionado às 06:28, decolamos pela pista 13 do Aeroporto Internacional de Fortaleza minutos depois. O Sol já havia nascido e começava aí uma tranquila manhã no litoral nordestino.

Subimos até os 7 mil pés e ficamos apenas 4 minutos em voo de cruzeiro. Logo já estávamos em descida para Aracati. Fomos costeando o litoral cearense e pousamos em ARX às 07h17, completando uma rápida etapa de 35 minutos.

Aproximação em Aracati

Ficamos alguns minutos no solo de ARX e autorizado pelos comandantes e pelo pessoal de terra do aeroporto, aproveitei para fazer algumas fotos externas do Caravan.

Aeroporto de Aracati

Deixamos Aracati às 07h43 e Canoa Quebrada foi ficando para trás. A partir dali, começava efetivamente a Rotas das Emoções.

Neste voo eu estava sentado na poltrona 1C, logo atrás dos pilotos. É um assento com uma visão bem interessante, uma vez que dá para ver tanto as paisagens quanto acompanhar de perto os procedimentos dos comandantes.

Voamos durante alguns minutos dentro de algumas camadas de nuvens. Balançando um pouquinho, o Caravan não parecia se incomodar com elas. 

O serviço de bordo em ambos voos foi o biscoito de polvilho e a goiabinha, além de água, suco e refrigerantes. Os famosos snacks da Azul estavam disponíveis na parte traseira do Caravan em uma cesta, ao lado de um cooler onde ficavam as bebidas refrigeradas.

Conforme nos aproximamos de Fortaleza, o tempo foi melhorando e tocamos o solo da capital cearense às 08h23, encerrando a segunda de seis etapas daquele dia a bordo do Caravan “brasileirinho”.


  • Parte 2: Fortaleza (FOR) -> Jericoacoara (JJD) -> Parnaíba (PHB)

Em Fortaleza foi necessário desembarcar e passar novamente pela inspeção de segurança antes de seguir para Jeri. Isso porque o raio X de Aracati não estava disponível e eu decolaria de um aeroporto com maior movimento.

Acompanhado de outros 5 passageiros, embarquei novamente. Me acomodei no assento 1A, também logo atrás dos pilotos, e deixamos Fortaleza às 09h08. 

Que visual! Decolamos e com uma curva à esquerda, sobrevoamos o panorama de edifícios da capital cearense antes de ingressarmos no mar e voarmos costeando todas as praias de Fortaleza.

Poltrona 1A

Com tempo bom em rota, o voo foi bastante tranquilo. Iniciamos nossa descida e antes de pousarmos no Aeroporto de Jericoacoara, fizemos um procedimento visual cruzando-o bem por cima, ingressando em seguida na perna do vento da pista 08.

Pousamos às 10h03, completando 55 minutos de voo.

Jericoacoara, conhecida como Jeri, é um dos destinos de praia no Brasil mais buscados pelos turistas. Com suas ruas de areia, a rústica Vila de Jericoacoara oferece uma ótima gastronomia, uma variedade de estabelecimentos comerciais e está “pé na areia” com a principal praia de lá. Ela também está situada próxima das dunas onde pessoas se juntam para assistir ao pôr-do-sol. A região ainda oferece um amplo leque de passeios e locais como beach clubs para se passar o dia.

Voltando ao voo: como o Caravan não dispõe de toalete, a cada parada eu descia para me garantir e não “passar aperto” durante o próximo trecho. 

Em Jeri, um passageiro embarcou e somando todos nós, estávamos em 7 para seguirmos rumo à Parnaíba, cidade localizada na pontinha do Piauí, estado que tem menos de 70km de extensão litorânea.

Vila de Jericoacoara

Partimos de JJD às 10h32 e estabilizamos nos 6 mil pés, voando “baixo” pelas belas praias da costa nordestina. Neste trecho eu me sentei na poltrona 2B (corredor) e pude acompanhar bem as paisagens tanto do lado esquerdo quanto do direito.

Deixamos de sobrevoar o Oceano e ingressamos em terra, já bem próximos de Parnaíba. Ao nosso lado direito, passava o primeiro braço do imenso Delta do Parnaíba, chamado de Iragaçu. Com sua natureza exuberante, Delta do Parnaíba é um dos principais marcos da Rota das Emoções e é o terceiro maior delta do mundo, atrás apenas do rios Nilo, no Egito, e o Mekong, no Vietnã. As águas do rio Paraíba se dividem em cinco braços principais: 1° Iragaçu, 2° Canárias, 3° Caju, 4° Melancieira e o 5° Tutóia e desaguam no Oceano Atlântico.

Tocamos o solo piauiense às 11:12, completando a nossa quarta etapa da viagem.


  • Parte 3: Parnaíba (PHB) -> Barreirinhas (BRB) -> São Luís (SLZ)
Aeroporto de Parnaíba

Ficamos cerca de 30 minutos no solo de Parnaíba, onde três passageiros desembarcaram e outros quatro embarcaram. Fundada no século XIX, a cidade é porta de entrada não só para quem quer se aventurar pelo Delta do Parnaíba, mas também para pequenos vilarejos e cidades, como por exemplo, Barra Grande, Luis Correia e Cajueiro da Praia, que é o último povoado do litoral do Piauí e é onde está um dos maiores cajueiros do mundo: o Cajueiro-rei.

Portas fechadas, motor acionado e iniciamos o táxi até a cabeceira 10. Decolamos e logo já estávamos vendo novamente o Iragaçu (primeiro braço do delta) do alto. Voamos ao longo de alguns minutos bem por dentro do Delta do Parnaíba, cruzando a região que reúne uma porção de caminhos d’água que formam mais de setenta ilhas. Sobrevoamos os outros quatro braços que desaguam no Oceano Atlântico: Canárias, Caju, Melancieira e o Tutóia. Quando passamos pelo último deles (Tutóia), já estávamos próximos de Barreirinhas, mas antes ainda voamos pela região da Asa dos Pequenos Lençóis, um aperitivo do que iríamos ver no voo seguinte.

Tocamos o solo do Aeroporto de Barreirinhas às 12h35 e estacionamos no pátio repleto de aeronaves particulares. Minutos após a nossa chegada, um jato Hawker 850XP pousou.

Terminal de Barreirinhas

Um passageiro desembarcou por lá e ninguém embarcou para o último trecho até São Luís. Os outros 7 (contando comigo) permaneceram a bordo.

Antes da partida de Barreirinhas o comandante Araújo anunciou que voaríamos para São Luís, mas antes iriamos sobrevoar os Lençóis Maranhenses. Neste trecho me sentei na poltrona 3A. Decolamos e com uma curva à esquerda, a imensidão das dunas acompanhadas das lagoas sazonais estavam bem à nossa frente.

Como em um quadro, os lençóis foram se pintando por baixo de nós. Sobrevoamos a região a 2.500 pés durante pouco mais de 10 minutos e fui “pegar alguns snacks” na parte traseira do Caravan, onde aproveitei para ter a visão dos dois lados da vasta paisagem. Um espetáculo que deixa qualquer um de boca aberta! Voamos bem no coração do imenso Parque dos Lençóis Maranhenses como num voo panorâmico. A cidade de Barreirinhas é uma das principais portas de entrada para o local, que atrai turistas de todo o Brasil e também de todo o mundo.

Deixamos os lençóis subindo para os 6 mil pés e voamos até São Luís acompanhados de algumas nuvens robustas que se formavam por ali. Tocamos o solo da capital maranhense adiantados, às 13h51 e acabava aí a minha viagem pela incrível Rota das Emoções. Estacionamos ao lado de uma outra aeronave com a pintura especial da Bandeira do Brasil: o Embraer 195 PR-AYV também da Azul Linhas Aéreas. Embarquei nele para Belém e depois da capital paraense até Campinas – VCP voei a bordo do PR-YJE, o Airbus A321neo que também tem pintura da Bandeira. Coincidência mais que bem-vinda!

Esse trajeto é histórico e as novas ligações aéreas ajudam no desenvolvimento da economia e do turismo local. Que venham ainda mais voos para esta bela região do nosso país. Nos vemos em nosso próximo Flight Report aqui no ONTIME!

Fábio Passalacqua