Nesta semana o brasileiro ganhará mais um bom motivo para ir ao cinema, trata-se do lançamento do filme ‘O sequestro do voo 375’. Talvez uma das obras mais pedidas pelo público, de modo especial dos entusiastas da aviação.
Fomos convidados para a sessão dedicada à imprensa dias antes do lançamento oficial, programado para quinta-feira (07). Antes de adentrarmos em nossa ‘critica’, importante frisar para você, caro leitor, que o filme da Disney, dirigido por Marcus Baldini, retrata o final dos anos 1980, período em que o nosso país enfrentava uma crise econômica e foi palco de mudanças impactantes, principalmente para o público mais pobre.
Para além do filme, é importante também destacar que tanto a aviação brasileira quanto a mundial evoluíram e aprimoraram-se no quesito ‘segurança’.
Sem mais delongas, o filme nos traz ao voo 375, operado pela VASP, em 29 de setembro de 1988 (uma coincidência de datas impactantes para aviação brasileira). Na ocasião, o sequestrador denominado Nonato é impulsionado por sua sede de vingança aos anos em que sua família e outras milhares pelo país enfrentavam uma crise sem precedentes durante o Governo Sarney.
O voo 375 da VASP, operado por um Boeing 737-300 com 105 pessoas a bordo (por questões de viabilização a versão -200 foi utilizada nas filmagens pela produtora STAR da Disney), tinha a rota planejada decolando de Confins para o Rio de Janeiro, mas foi desviado forçadamente para Brasília com o intuito de atingir o Congresso onde se encontrava os ministros e o então Presidente da República.
O ocorrido afetou totalmente o espaço aéreo naquele dia e parou o país inteiro, anos depois viramos a acompanhar os conhecidos atentados de 11 de setembro, que também foram aviões sequestrados, mas por terroristas.
Tentando lutar com o psicológico e com frieza apesar dos momentos de tensão, o comandante conseguiu ganhar tempo e continuar o contato com as autoridades para buscar uma solução. O sequestrador é tomado por raiva e sede de vingança, mas alguns fatores de fora do voo começaram a mudar um pouco o cenário naquele momento do sequestrador no ‘comando’.
Com investimentos na casa dos R$ 25 milhões, o filme traz aos mais saudosistas dos anos 1970 e 1980 várias cenas que podem soar na mente como um ‘flashback’ para os que viveram o que eram, para muitos, saudosos anos. Me refiro especialmente a carros, ruas entre outros e, claro, aos aeroportos, cuja o nível de segurança não se compara aos atuais.
‘Sequestro do voo 375’ traz em suas primeiras aparições várias cenas condizentes com toda a preparação de uma aeronave para o voo, além de detalhes que podem (e vão) ser percebidos tanto pelo público em geral como pelos entusiastas da aviação.
O filme é classificado como ‘Drama’ pelo diretor e, claro, em suas primeiras partes já começa a trabalhar a nossa mente ao despertar a curiosidade dos próximos atos cometidos pelo sequestrador.
Algumas cenas talvez possam levantar nosso questionamento sobre ser ou não possível ser feito aquilo, mas se tratando de cinema o enredo pode ‘enriquecer’ os detalhes. A história de modo geral traz à tona um lado empobrecido do Brasil que lutava para sobreviver, algo que ainda é comum nos dias de hoje e talvez esteja ligado a muitas outras questões do cotidiano do brasileiro atualmente e nos faz repensar.
O viés político pode ser muito despertado após você, leitor, ir assistir ao filme. Contudo, lembre-se que o intuito da obra da STAR/Disney é retratar o acontecimento histórico que, querendo nós ou não, foi resultado de decisões políticas daquele governo em questão. Ao assistir ao filme, perceberá o que isso faz jus.
Por outro lado, traz uma história que muitos nunca ouviram falar, podendo reconhecer os méritos de um piloto experiente e que amava o que fazia (apesar de suas batalhas internas, sem spoilers pessoal).
A expertise e o ato de coragem salvaram a vida de todos a bordo naquela altura. Faz jus ao ditado que “nem todos os heróis usam capa”. Se você quer um filme que mostre cenas de te deixar de olhos vidrados e tirar o fôlego, escolheu bem.
Há alguns detalhes que para os entusiastas e conhecedores do mundo da aviação que possam causar um certo questionamento, mas lembremos, é um filme cuja o público-alvo são os que não acompanham a aviação, mas isso não é capaz de tirar os méritos de toda a produção que praticou bem os detalhes de toda uma operação apesar dos pequenos ‘deslizes’, o filme tem qualidade em todos os quesitos.
O comandante Fernando Murilo após seus atos heroicos foi reconhecido pela Força Aérea Brasileira, mas não pelo lado político, deixamos livre as interpretações até porque o intuito é falar sobre a obra e os acontecimentos.
Como o final boa parte sabe, o sequestrador morre dias depois por um fator misterioso, porém, ver toda encenação após o heroico pouso do VASP 375 em Goiânia é o grande barato do filme. Quase toda a tripulação foi salva, exceto pelo Co-piloto Evangelis que foi atingido por um tiro em um momento de precipitação do sequestrador.
O filme é uma honra aos grandes heróis da aviação, que agiram e trabalharam em conjunto apesar de ficar evidente as diferenças da forma de reconhecer os méritos por parte de alguns. Vá ao cinema e contemple este grande filme, que felizmente teve um final digno para a maioria.
Veja a baixo o trailer: