Boeing 737-300, que por muitos anos ficou parado em São José do Rio Preto, volta a voar

Após permanecer parado por cerca de 8 anos no pátio 2 do Aeroporto Estadual Professor Eribelto Manoel Reino (SJP), o Boeing 737-300, carinhosamente apelidado de “Cidão”, se despede de São José do Rio Preto.

Matriculado como PR-CID, o bimotor de 31.1 anos de idade, que ainda conta com as cores do Clube Náutico Água Limpa, partiu da cidade no interior paulista rumo ao Aeroporto Internacional Afonso Pena (CWB), em Curitiba, onde está localizada a sede da Sideral Linhas Aéreas, sua nova dona.

O jato fabricado pela norte-americana Boeing decolou de Rio Preto por volta das 10:30 de sexta-feira (22), e cumpriu o traslado até o aeroporto localizado em São José dos Pinhais em 01h10, pousando 11:40. No rádio, o indicativo de chamada foi “Sideral 9000”. Para ver a rota feita pelo Boeing 737-300 no voo entre São José do Rio Preto e Curitiba, clique aqui.

Ainda não se sabe sobre o futuro do PR-CID, se seguirá voando pela companhia ou se servirá apenas para reposição de peças para os outros jatos clássicos da Sideral.

Conheça um pouco mais sobre a trajetória do Boeing 737-300 tão conhecido pelos rio-pretenses

Fabricado no ano de 1991 em Renton (RNT), nos Estados Unidos, o clássico Boeing 737-300 realizou seu primeiro voo no dia 25 de março do mesmo ano, e já em abril, foi entregue ao seu primeiro operador, a Monarch Airlines, empresa aérea do Reino Unido, onde voou com a matrícula G-MONV.

Após operar por 5 anos no Reino Unido, o bimotor foi levado até a Dinamarca, onde passou a voar para a Maersk Air, companhia aérea fundada em 1969 com sede no Aeroporto Kastrup (CPH), em Copenhagen. No entanto, sua permanência no país escandinavo não durou muito. O mesmo levado para a Turquia após 2 anos, em abril de 1998.

Na Istanbul Airlines, onde operou por cerca de 1 ano e 8 meses até ser devolvido ao lessor, o Boeing 737 voou com a matrícula TC-IAD.

Após aproximadamente 4 meses com seu dono, a aeronave iniciou suas operações na Philippine Airlines, companhia aérea fundada em 26 de fevereiro de 1941. No país asiático, o mesmo voou por 6 anos e 2 meses com a matrícula RP-C4008.

Em maio de 2006, o 737-300 iniciou suas operações pela Aegean Airlines, aérea grega com sede em Atenas (ATH), onde operou com a matrícula SX-BTO. Na companhia, a aeronave estava configurada para transportar até 136 passageiros. Assim como nas outras empresas por onde já operou, sua trajetória na Grécia também não durou muito, apenas 1 ano e 7 meses.

Em sua última passagem por uma companhia aérea antes de chegar ao Brasil, o Boeing voou pela Norwegian Air Shuttle, empresa norueguesa fundada em janeiro de 1993 e que tinha como principal sede o aeroporto de Oslo Gardermoen (OSL). No país escandinavo, o jato voou com matrícula LN-KKA e configuração interna capaz de transportar até 148 passageiros.

Início de suas operações no Brasil

Após operar cerca de 20 anos em companhias europeias e asiáticas, o clássico 737-300 finalmente chegou ao Brasil, sendo entregue à Webjet Linhas Aéreas, empresa aérea que voava e operava com o conceito de baixo custo e baixa tarifa sediada no Rio de Janeiro.

Na “verdinha”, apelido carinhosamente dado à Webjet, a aeronave, que no país recebeu a matrícula PR-WJX, voou de 2011, data em que foi entregue, até meados de 2012, quando após a aquisição pela GOL Linhas Aéreas, a companhia encerrou suas atividades. Sua configuração interna também foi mantida, também podendo transportar 148 passageiros.

No ano de 2012, a aeronave foi incorporada pelo Clube Náutico Água Limpa, onde recebeu a matrícula PR-CID. O mesmo foi utilizado para poucos voos, e logo foi estacionado no Aeroporto Estadual Professor Eribelto Manoel Reino, em São José do Rio Preto.

Durante os 8 anos parado no aeroporto localizado no interior paulista, o “Cidão” ficou aos cuidados de um de seus mecânicos, que realizou todos os processos para mantê-lo preservado.

Após negociações, a aeronave foi incorporada pela Sideral Linhas Aéreas, companhia aérea brasileira especializada em cargas aéreas e voos fretados para passageiros. Com o decorrer do tempo, mecânicos da empresa foram a Rio Preto e colocaram-na novamente em condições de voo.

Guilherme Dotto

Amante da aviação desde pequeno, nascido em Ribeirão Preto, spotter e viajante desse mundão.

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