Em memória: veja as aeronaves já utilizadas para o transporte da Rainha Elizabeth II e a passagem dela no Brasil

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Foto: SRA JERRY WILSON

Há algumas horas, o Palácio de Buckingham confirmou o falecimento de uma das personalidades mais emblemáticas no mundo: a Rainha Elizabeth II. Ela foi a monarca britânica mais longeva da história, com 70 anos no trono (jubileu de platina), atravessando crises, guerras e vários outros momentos históricos ao longo de seu reinado. Como forma de homenagem e memória, vamos viajar por algumas das aeronaves que já foram utilizadas para o transporte oficial da Rainha Elizabeth II e também relembrar brevemente a passagem da monarca pelo Brasil.

O tour de 1952 + The Queen’s Flight

Ainda quando princesa, Elizabeth II realizou um tour por mais de 30 mil milhas pela África, Austrália e Nova Zelândia, substituindo seu pai, o rei George VI. Ela embarcou no Argonaut Canadair North Star da British Overseas Airways Corporation (BOAC) de matrícula G-ALHK e acompanhada do Duque de Edimburgo, voou até a sua primeira parada: Nairobi, no Quênia, com uma escala técnica na Líbia.

A viagem precisou ser interrompida. No dia 06 de fevereiro de 1952, quando estavam em Nanyuki, chegou a notícia do falecimento do Rei George VI, pai de Elizabeth II, que dias depois assumiria o trono como rainha. Ela e o Duque embarcaram em um DC-3 da East African Airways para Entebbe (Uganda) onde o Argonaut estava estacionado. O quadrimotor partiu às pressas para Londres, com uma parada técnica em El Adem, na Líbia.

Naquela época voar ainda era uma novidade para a Família Real Britânica e uma unidade chamada de The King’s Flight foi criada pelo Rei Edward VIII em 1936. Quando Elizabeth II se tornou rainha, a unidade passou a se chamar The Queen’s Flight.

Em 1995, a unidade The Queen’s Flight foi incorporada na Royal Air Force, passando a ser o No. 32 (The Royal) Squadron.

Aeronaves

Foto: RuthAS
  • Canadair North Star: o quadrimotor de fabricação canadense foi extensamente utilizado pela BOAC, que tinha 22 unidades do modelo em sua frota e um deles, o G-ALHK, ficava designado para o transporte da rainha. A aeronave (G-ALHK) voou na BOAC até o ano de 1959, quando foi repassada para a dinamarquesa Flying Enterprises.
National Museum Of USAF
  • Lockheed VC-121E “Columbine III”: o VC-121E é uma variação do conhecido Lockheed Constellation e foi usada por Elizabeth II em sua primeira viagem aos Estados Unidos, em 1957. O quadrimotor não fazia parte da frota da Queen’s Flight e era de propriedade do então presidente norte-americano Eisenhower.
  • Douglas Dakotas (DC-3): um par de Douglas C-47 Dakotas (KN645 e KN452) fizeram parte da Queen’s Flight por um curto período de tempo e levaram a rainha para sua primeira viagem ao Nepal, em 1961.
  • BAe 146: em 1986, veio a decisão de incorporar 3 aeronaves a jato na frota da rainha e o modelo escolhido foi o BAe 146, um quadrimotor de fabricação britânica. O trio de jumbolinos (apelido do BAe 146) eram configurados com uma cabine Royal Suite e, de início, foram utilizados em voos domésticos ou pela Europa. Hoje, um dos exemplares (foto acima), está em exposição no Aeroporto de Duxford.
  • Concorde: no ano de 1977, Elizabeth II voou pela primeira vez no Concorde. O G-BOAE a levou até Barbados e marcou não só o primeiro pouso da aeronave na ilha caribenha, como também o primeiro voo supersônico da rainha. Após essa viagem, o Concorde se tornou o preferido da monarca, que posteriormente viajou várias outras vezes na aeronave.
  • Boeing 707 e Boeing 747 (Qantas): a rainha já voou também a bordo dos Boeing 707 e Boeing 747 da Qantas durante suas visitas a Austrália. Na ocasião do 707, a aeronave foi adaptada com uma Royal Suite e com um cardápio especial. Elizabeth II também voou algumas vezes na Rainha dos Céus (Boeing 747) da Qantas.
  • Boeing 747 Air New Zeland: quebrando tradições, no ano de 1995, Elizabeth II embarcou no voo comercial NZ1 da Air New Zealand entre Londres e Auckland, com uma escala em Los Angeles. Para a ocasião, todos os assentos da primeira classe foram bloqueados.
  • Boeing 777: a rainha voou duas vezes no Boeing 777-200 da British Airways. Ambas as viagens foram para a Austrália, sendo uma a bordo do G-YMMO e a outra do G-YMMP.
  • Outras aeronaves também já foram utilizadas no transporte da rainha Elizabeth II: Avro York, Vickers Viking, de Havilland Heron, de Havilland Devon, Hawker Siddeley Andover e um DHC-1 Chipmunk.

Em determinado momento, Elizabeth II decidiu que não iria mais viajar para fora do país e passou a ser representada pelo seu filho Charles. Mesmo assim a rainha contava com uma frota ao seu dispor.

Hoje, a Queen’s Flight possui dois Sikorsky S-76C++ (helicóptero), um AgustaWestland AW109SP (helicóptero), o Airbus A330 MRTT (The Voyager), um A321-200neo e um Dassault Falcon 900LX.

Única visita da Rainha Elizabeth II no Brasil

Em sua única visita ao Brasil, a rainha Elizabeth II passou por Recife, Salvador, Brasília, Campinas, Rio de Janeiro e São Paulo. A viagem durou 11 dias e aconteceu no ano de 1968.

Para chegar até o nosso país, a monarca e o Duque de Edimburgo voaram a bordo de um VC-10 da Royal Air Force. A primeira parada do Casal Real foi na capital pernambucana, onde foram recebidos por mais de 200 mil pessoas.


Antes de encerrarmos nossa viagem pelos “Voos da Rainha”, deixo aqui mais uma curiosidade: em 2015, uma aeronave de fabricação brasileira foi utilizada para alguns transportes oficiais da rainha. A aeronave em questão foi um Legacy 600 da Embraer.


Rest In Peace

Sites utilizados para pesquisa: Simple Flying, The Points Guy e Revista ISTOÉ

Fábio Passalacqua

4 Replies to “Em memória: veja as aeronaves já utilizadas para o transporte da Rainha Elizabeth II e a passagem dela no Brasil”

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