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Dando sequência à nossa série de três Flight Reports a bordo do clássico Fokker 28, hoje nós iremos embarcar em Bahía Blanca e voar até a cidade de Mar del Plata.
O Fokker F28 Fellowship é uma aeronave da década de 60, criada para mercados regionais e trechos de curta/média distância. Seu primeiro voo aconteceu em maio de 1967 e a aeronave foi introduzida em serviço comercial dois anos mais tarde, em 1969. Ao todo foram produzidas 241 unidades do modelo (somando todas as variantes) e ele foi o predecessor do conhecido Fokker 100 e também do Fokker 70. Hoje, 55 anos depois de sua primeira decolagem, é um avião bastante raro de se avistar, uma vez que pouquíssimos ainda continuam ativos.
Ao contrário do Fokker 100, o Fokker 28 não emplacou no Brasil, mas ganhou espaço em países vizinhos como na Argentina, onde até hoje um par de “Fokkerzinhos” continuam ativos. Eles fazem parte da frota da Fuerza Aérea Argentina e em determinados dias operam voos regulares para a Líneas Aéreas del Estado (LADE), que é uma empresa aérea estatal subordinada à Força Aérea.
+LEIA TAMBÉM: Voando no Fokker 28 da LADE (Parte 1): o amanhecer entre Buenos Aires e Bahía Blanca
LINHA AÉREA: LADE / ROTA: BHI-MDQ / AERONAVE: Fokker 28 Fellowship TC-52 / DURAÇÃO: 41 minutos
A minha sequência de voos naquele dia ainda continuaria a bordo do Fokker 28 de matrícula TC-52, com seus 48.7 anos de histórias e experiência. Ele é da versão Mk1000C, a primeira a ser desenvolvida pela fabricante holandesa e a letra “C” é referente ao termo “Cargo”, visto que ele tem uma porta de cargas em sua fuselagem. O nome de batismo do TC-52 é “1° de Mayo”, dia em que aconteceram os primeiros ataques aéreos britânicos nas Ilhas Malvinas/Falklands em 1982.
Meu tempo de solo em Bahía Blanca durou por volta de 5 horas. Enquanto o Fokker continuou sua jornada até Bariloche, eu aproveitei para fotografar o calmo movimento de aeronaves em BHI. Naquela manhã, somente 2 voos da Aerolíneas Argentinas estavam previstos, um para Buenos Aires e o outro para Mar del Plata.
O Fokkerzinho pousou procedente de Bariloche às 12:30 e a nossa partida estava prevista para às 12:15, então teríamos um pouquinho de atraso, mas nada que atrapalhasse os planos.
O embarque foi iniciado próximo das 12:45 e foi finalizado rapidamente 10 minutos depois. Me acomodei na poltrona 7F. Portas fechadas e logo os dois Rolls-Royce Spey começaram a ganhar vida. Não foi necessário pushback e a aeronave girou na posição mesmo, posteriormente seguindo para a cabeceira 35R em um longo táxi.
Deixamos o solo de Bahía Blanca às 13:05 e a nossa direita era possível observar uma porção de torres de energia eólica. Não levamos muito tempo para atingir o nível de cruzeiro e estabilizamos aos 14 mil pés para o rápido voo de pouco mais de 40 minutos até Mar del Plata.
O “1 de Mayo” foi costeando tranquilamente o litoral argentino. Como voamos mais baixo, as paisagens lá embaixo ficaram ainda mais deslumbrantes. Andei um pouco pela aeronave, mas acabei não explorando muito os outros assentos e ângulos, como na etapa anterior. O voo estava mais cheio, com cerca de 45 passageiros ocupando os 64 assentos disponíveis Nenhum serviço de bordo foi oferecido ao longo desta etapa.
O início da descida se deu por volta das 13:35 e logo já estávamos sobrevoando a cidade. Próximos da aproximação final, sobrevoamos o gelado Atlântico por alguns instantes e com uma curva à esquerda alinhamos com a pista 31. Terminando a curta etapa sobre o mar, cruzamos uma praia dando aquele gostinho da ilha caribenha St. Maarten e segundos depois tocamos o solo de Mar del Plata.
Taxiamos até a posição final e dessa vez eu não desembarquei pois ainda teria uma última etapa a bordo do pequeno TC-52 até Buenos Aires. Esse será o nosso próximo Flight Report. Nos vemos lá!
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