BEM-VINDOS!
Para começarmos, convidamos vocês a voarem conosco na famosa ponte aérea, porém, de uma forma diferente e quase nostálgica, remetendo aos tempos de ouro em que a ponte aérea era dominada por outro turboélice.
CONTEXTO
Desde 1992, os voos na ponte aérea passaram a ser operados por aviões a jato. De lá para cá, já passaram nessa rota aviões como o Boeing 737-300 e o Fokker 100.
Atualmente predominam o Airbus A320, A319 pela Latam, Boeing 737-800, 737-700 pela Gol, além dos jatos da Embraer E195 pela Azul.
Depois de 28 anos de domínio dos jatos, em agosto de 2020 esse cenário mudou. Devido obras na pista principal de Congonhas, as operações ficaram limitadas a pista auxiliar, que por sua vez tem um comprimento menor, e consequentemente restringiu operações com os principais aviões a jato das companhias aéreas que operaram por lá. Foram 28 anos sem operações regulares com turboélice em Congonhas desde que o Electra saiu de cena, em 06/01/1992 pela extinta companhia aérea Varig.
As obras iniciaram dia 05/08/2020 e se estenderam até dia 05/09/2020, voltando a operar pela pista principal no dia 06/09/2020 e durante o período, apenas o turboélice ATR, comumente usado em rotas regionais, estava homologado para operar pela pista auxiliar.
Naquela ocasião, a Azul e a VoePass (ex-Passaredo), operadoras do ATR no Brasil, aproveitaram para colocá-los em operação em Congonhas, inclusive na rota mais famosa do Brasil, a clássica ponte área São Paulo-Rio de Janeiro-São Paulo.
SOBRE O VOO
Quem já teve a oportunidade de voar nessa rota, sabe o quanto a paisagem litorânea é maravilhosa. Dependendo da rota e a da poltrona escolhida, é possível apreciar as maravilhosas praias do litoral fluminense, além das praias do litoral de São Paulo, sem contar a paisagem exuberante da cidade maravilhosa durante as chegas e partidas no Aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro, além da paisagem urbana cheia de prédios da metrópole paulistana nas chegadas e partidas do Aeroporto de Congonhas.
Voar no ATR não poderia ser diferente nessa rota, aliás, considero mais especial ainda, considerando que este voa num nível mais baixo, o que torna a experiência quase um voo panorâmico.
Voltando no tempo, em agosto de 2020 ainda vivíamos um período sombrio devido a pandemia do Corona Vírus. Ainda não existia vacinas, e as viagens aéreas eram bem restritas, o Aeroporto de Congonhas mas parecia um aeroporto fantasma, com pouquíssimas operações.
Naquela manhã do dia 05 de agosto, após passar pela segurança do aeroporto, me dirigi ao portão de embarque. Devido o ATR ser de pequeno porte e seu embarcado ser realizado pela porta traseira, os voos operados nele sempre são realizados em áreas remotas, e em Congonhas, o acesso a área remota é feito com ônibus, que leva os passageiros até próximo da aeronave.
Após embarcados, o comandante fez o clássico spech de boas-vindas e ainda comentou sobre a volta do turboélice na ponte aérea, e o quanto isso tinha um ar nostálgico, quase três décadas depois. A viagem até o Rio foi tranquila, num voo de 01h06, sem serviço de bordo devido restrições impostas pela Anvisa por causa da Covid 19.
Na chegada ao Rio, uma grata surpresa, a aeronave fez um sobrevoo em Niterói para poder se readequar ao tráfego aéreo devido inversão da cabeceira em uso no Santos Dumont.
DADOS TÉCNICOS
Data do Voo: 05/08/2020
Companhia: Azul Linhas Aéreas Brasileiras
Voo: AD4802
Aeronave: ATR72-600 / Matrícula: PR-AKI
Assento: 4A
Trecho: CGH-SDU – Congonhas – Santos Dumont
Comandante: Guilherme Lima / Primeiro Oficial: Thiago Teixeira
Rota: DORLU Z49 VUREP
Horário Programado: 10:00 / 11:30
Pushback: 09:56 / Decolagem: 10:08 / Pouso: 11:14 / Corte dos Motores: 11:17
Block Time (Tempo de operação total): 01h21 / Tempo de Voo: 01h06.
Ficamos por aqui! Essa é a primeira de muitas experiências que compartilharemos com vocês sempre que voarmos por aí. Até a próxima viagem!
Que legal! Tem informações pra todo mundo nessa matéria…
Informações práticas, históricas, para entusiastas e aeronautas!
Parabéns pela matéria!
Obrigado, Felipe! 🙂