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A South African Airways (SAA) é a mais antiga companhia aérea em atividade na África do Sul. Ela é a empresa que sempre carregou a bandeira do país para o mundo em seus aviões, porém hoje vive um momento de recomeço, com uma frota pequena e voando para poucos destinos.
Em fevereiro de 2020, pouco antes da pandemia se alastrar pelo mundo, a South African Airways anunciou o corte de vários voos, incluindo 8 rotas internacionais sendo uma delas entre Johanesburgo e São Paulo (GRU). O motivo de tais cancelamentos foi um agravamento da crise financeira interna na empresa e a necessidade de readequação da malha. Neste período, a companhia contava com cerca de 50 aeronaves (não considerando as subsidiárias) ativas em sua frota. Em março de 2020, a aérea sul-africana suspendeu todos os seus voos comerciais, mas realizou operações de carga e repatriação até o mês de setembro/20, quando todas as operações da companhia foram suspensas. O quadro de funcionários também passou por reduções.
No decorrer de 2020, a SAA se desfez da maioria de suas aeronaves e levou vários Airbus A340 e A330 para ficarem estocados em San Bernardino, na Califórnia. Grande parte dos A319 e A320 também deixaram a frota da companhia.
Após 18 meses sem operar voos comerciais, a South African Airways anunciou em agosto de 2021 que retomaria seus voos no mês seguinte. Após a concessão do Certificado de Operador Aéreo pelas autoridades sul-africanas, a aérea fez sua reestreia no dia 23/09/21 com um voo ligando Johanesburgo e Cape Town operado pelo Airbus A320 de matrícula ZS-SZJ. A frota inicial da companhia naquele momento era de dois A319 e um A320.
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Hoje, quase um ano após a sua retomada, a SAA vem crescendo aos poucos e já voltou a operar com aeronaves widebody. Veja o panorama das operações atuais da companhia e também o que podemos esperar dos próximos meses.
South African Airways – Julho de 2022
A frota atual da SAA é composta por nove aeronaves, todas elas da Airbus. A última delas a ser reincorporada foi o A340-300 de matrícula ZS-SXF, que voltou a voar na companhia em fevereiro deste ano. Confira a frota completa:
- 03 Airbus A319: ZS-SFJ, ZS-SFK, ZS-SFL
- 02 Airbus A320:ZS-SZI, ZS-SZJ
- 01 Airbus A330-300: ZS-SXM
- 01 Airbus A340-300: ZS-SXF
- 02 Airbus A340-600: ZS-SNF e ZS-SNG (fora de serviço – armazenados)
Falando de destinos, a South African Airways está atendendo oito cidades, sendo três na África do Sul e cinco em outros países. Confira a lista de destinos e os voos disponíveis:
Destinos nacionais: Johanesburgo, Cidade do Cabo (Cape Town) e Durban
Destinos Internacionais: Kinshasa (República Democrática do Congo), Port Louis (Ilhas Maurício), Harare (Zimbábue), Lusaka (Zâmbia), Lagos (Nigéria) e Acra (Gana)
Veja abaixo os voos disponibilizados pela SAA de acordo com o site da empresa e com o FlightRadar24:
- Johanesburgo – Kinshasa – Johanesburgo -> 3x na semana operado pelo A320
- Johanesburgo – Acra – Johanesburgo -> 3x na semana operado pelo A330 ou A340
- Johanesburgo – Port Louis – Johanesburgo -> 3x na semana operado pelo A320
- Johanesburgo – Lagos – Johanesburgo -> 3x na semana operado pelo A330 ou A340
- Johanesburgo – Lusaka – Johanesburgo -> 6x na semana operado pelo A319
- Johanesburgo – Harare – Johanesburgo -> 7x na semana operado pelo A320
- Johanesburgo – Cidade do Cabo – Johanesburgo -> média de 5 voos diários operados pelo A319 ou A320
- Johanesburgo – Durban – Johanesburgo -> média de 4 voos diários operados pelo A319 ou A320
Atualmente, a companhia opera uma média de 24 voos diários e concentra suas operações no Aeroporto OR TAMBO em Johanesburgo.
O que esperar da SAA nos próximos meses
Quando as operações da companhia foram recomeçadas, o então CEO Thomas Kgokolo informou que a empresa tinha planos de eventualmente voltar a operar os seus voos transcontinentais para o Reino Unido, Brasil, EUA e Alemanha. No entanto, a SAA precisaria incorporar mais aeronaves para a execução das rotas de longa distância e os dois A340-600 armazenados não estavam nos planos de serem colocados novamente em serviço porque Kgokolo comentou que eles não eram eficientes.
Recentemente, o consórcio Takatso adquiriu 51% da South African Airways passando a ter participação majoritária na empresa, que não registra lucros desde 2011. O valor do negócio foi de pouco mais de 3 dólares, sim apenas 3 dólares! Com a assinatura do acordo, o Governo da África do Sul assumiu um enorme passivo referente à fase anterior da aérea e deixou de ter qualquer obrigação financeira com a SAA. Por outro lado, o consórcio Takatso agora terá que investir mais de 250 milhões de dólares na companhia nos próximos 3 anos.
O novo CEO da South African Airways, John Lamola, divulgou que a SAA tem planos de expansão, principalmente após a suspensão das operações de uma de suas concorrentes: a Comair. Através de uma nota à imprensa, a companhia comentou que irá aumentar suas frequências em certos mercados para atender a demanda. No entanto, as rotas selecionadas não foram informadas. Não existe também qualquer informação de novos mercados ou destinos que a empresa pretende atender nos próximos meses. Em uma recente entrevista ao Emerging News, Lamola disse que a SAA será uma empresa aérea “ágil” e com uma estratégia para “destravar o mercado aéreo Africano”.
Sobre novas aeronaves, há dois meses a companhia entrou com um pedido para a aquisição de dois A320 e um A330, mas também por enquanto não existem informações concretas sobre quando essas aeronaves supostamente viriam a integrar a frota da empresa.
No ano passado, a South African assinou uma parceria estratégica com a Kenya Airways para a criação do Grupo de Companhias Aéreas Pan Africanas até 2023. O principal objetivo do acordo é ampliar a conectividade na África, aumentando o tráfego de passageiros, oportunidades de carga e de comércio em geral.
Sem muitos dados e divulgações sobre o futuro da SAA, podemos esperar que a companhia continue expandindo sua malha de destinos e frota de forma gradual, como tem feito nos últimos meses desde que voltou a voar.
2 Replies to “Veja como estão as operações da South African Airways e o que esperar do futuro da companhia”