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O dia 09 de julho de 1998 foi um dia atípico no Aeroporto de Guarapari, localizado a cerca de 55 km de Vitória, no Espírito Santo.
Naquela manhã, o Fokker 100 da TAM Linhas Aéreas (atual LATAM Brasil) de matrícula PT-MRG decolou de São Paulo às 08h20, com 108 passageiros a bordo, e fez um trajeto tranquilo até o Espírito Santo, onde pousou às 09h50. Após a aterrissagem, o comandante informou aos passageiros sobre a conclusão do trecho e ao abrir a porta da aeronave, a comissária perguntou pelo serviço de solo da TAM.
O que eles não haviam reparado é que, na verdade, o Fokker tinha pousado por equívoco no Aeroporto de Guarapari e não no Aeroporto Eurico de Aguiar Salles, em Vitória, onde seria o verdadeiro destino final do jato.
O administrador do aeroporto não entendeu o ocorrido. Ele acreditou se tratar de um pouso de emergência e ainda notificou a tripulação de que o aeroporto não estava em operação naquele momento.
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A situação começou a gerar um desconforto entre os passageiros, que cobravam informações do comandante. Ele se limitou a informar que havia realizado um pouso visual e que ao perceber o erro, não havia mais tempo para prosseguir para Vitória. De acordo com a publicação do Jornal A Gazeta, a companhia ofereceu táxis aos passageiros que não quisessem prosseguir no curto voo de 15 minutos até a capital capixaba e 45 dos 108 a bordo decidiram realizar o trajeto via terrestre.
O comandante responsável pelo voo 280 daquela manhã era bastante experiente, com mais de 8 mil horas de voo. A companhia disse que o pouso aconteceu sem maiores problemas em Guarapari e analisou algumas causas para o ocorrido, que jamais havia acontecido na empresa:
- Falha no sistema DME – O então secretário do SNA, José Ataíde Seabra, descartou a possibilidade visto que mesmo com uma falha no equipamento, outros mecanismos podem ser utilizados para auxiliar o piloto no procedimento do pouso.
- Pouso visual – outro fato analisado foi o piloto ter decidido efetuar um pouso visual e ter se confundido ao realizar o procedimento.
Em 1998, a comunicação não era tão imediata como hoje em dia e se os passageiros ficaram aflitos com a situação, imagina quem os esperava no Aeroporto Eurico de Aguiar Salles. Vários familiares aguardavam nervosos por notícias sobre o voo, alguns chegaram a atacar o guichê da TAM.
Ninguém ficou ferido no incidente, tampouco a aeronave foi danificada. Depois do ocorrido, o Fokker 100 PT-MRG voou até julho de 2008 na TAM, sendo o penúltimo a deixar a frota. Posteriormente foi voar no México pela Mexicana Click e encerrou sua carreira na Sol Del Paraguay. Hoje, ele se encontra preservado em um hotel na cidade paraguaia de Coratei.
Fonte de pesquisa: A Gazeta